Veronika decide morrer




O livro conta a história de Veronika, uma jovem eslovena, que não aceita a idéia de viver uma vida sem sentido, decidindo se matar com uma overdose de calmantes. O suicídio fracassa. Veronika é internada em um asilo para loucos. Atendida pelo médico, é informada que não terá mais que sete dias de vida, e provavelmente, morrerá internada. A notícia, na verdade, revela-se um engodo do médico, que faz de Verônica uma cobaia para uma tese sua: De que o temor da morte a fará encarar a vida de outra forma, e que sua insanidade seja curada. O transcorrer da narrativa, com a vida da protagonista se misturando a outras personagens, faz com que a tese do médico mostre-se eficaz, uma vez que Veronika recupera seu amor à vida e foge da instituição com outro paciente.
Paulo Coelho inspira-se na sua própria experiência de vida, vivida aos 17 anos, idade em que também esteve internado numa clínica. Mas não com a intenção de fazer uma auto biografia. A adaptação do livro foi lançada em filme em 2009; a protagonista é a atriz Sarah Michelle Gellar.
No dia 11 de Novembro, Verónica decidiu que havia - afinal! chegado o momento de se matar... e não se estava a matar porque era uma mulher triste, amarga, vivendo em constante depressão... Haviam duas razões:
A primeira é que tudo na sua vida era igual, e - uma vez passada a juventude - seria a decadência...
A segunda, Tudo o que se estava a passar no mundo estava errado e ela não tinha como reparar isso...
Quanto tempo me resta?- Repetiu Verónica, enquanto a enfermeira dava a injecção.
- Vinte e quatro horas. Talvez menos.
Ela baixou os olhos, e mordeu os lábios. Mas manteve o controlo.
- Quero pedir dois favores.
O primeiro, que me dê um remédio... de modo que eu possa ficar acordada, e aproveitar cada minuto que restar da minha vida. Eu estou com muito sono, mas não quero mais dormir, tenho muito que fazer - coisas que sempre deixei para o futuro, quando pensava que a vida era eterna. Coisas pelas quais perdi o interesse, quando passei a acreditar que a vida não valia a pena.
- Qual o seu segundo pedido?
- Sair daqui, e morrer lá fora. Preciso de subir ao castelo de Lubljana, que sempre esteve ali, e nunca tive a curiosidade de vê-lo de perto... quero andar na neve sem casaco, sentindo o frio externo - eu, que sempre estive bem agasalhada, com medo de apanhar uma constipação.
Enfim, Dr. Igor, eu preciso de apanhar chuva no rosto, sorrir para os homens que me interessam, aceitar todos os cafés para os quais me convidem.
Tenho que beijar a minha mãe, dizer que a amo, chorar no seu colo - sem vergonha de mostrar os meus sentimentos, porque eles sempre existiram, e eu escondi-os...
Quero entregar-me a um homem, á cidade, à vida e, finalmente, à morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário